DAS PEDAGOGIAS DO APRENDER A APRENDER À INOVAÇÃO DA AULA UNIVERSITÁRIA
A DIDÁTICA SOB A LÓGICA DO MERCADO
Mots-clés :
Docência, formação humana, emancipaçãoRésumé
O artigo discute a relação entre as pedagogias do aprender a aprender e a proposta afeta à inovação da aula universitária, compreendendo-os como mecanismos de adaptação da formação humana às necessidades impostas pela sociabilidade capitalista no contexto de crise estrutural. Enquanto a primeira abordagem está vinculada à aprendizagem do aluno, buscando uma adaptação deste às transformações em curso no mercado movido pelo capital, a segunda focaliza a atuação docente, dando destaque às formulações que operam rupturas com as práticas tradicionais, inaugurando ações didático-pedagógicas voltadas à cotidianidade. Examina o significado da docência em ambas as abordagens, destacando uma clara vinculação das suas propostas a uma imersão no cotidiano alienado, através da valorização do senso comum e do recuo da teoria. Comparando a visão de docência apresentada nesses dois fenômenos à concepção vigotskiana, observa que a centralidade do processo de apropriação do conhecimento sistematizado na teoria de Vigotski acerca da docência é diametralmente oposta às concepções subjacentes às pedagogias do aprender a aprender e à proposta de inovação da aula universitária, considerando o fato de essas últimas secundarizarem os processos de transmissão do conhecimento sistematizado e indicarem práticas em cujo cerne reinaria a ação espontânea dos sujeitos. Examina a concepção de práxis docente elaborada por Saviani e a relação educação e emancipação, conforme Tonet. Indica, em suma, os princípios fundamentais da atividade educativa com caráter de emancipação e avalia o significado das abordagens examinadas, destacando o papel de entrave que estas assumem em relação à práxis docente comprometida com a emancipação humana, uma vez que não obstaculizam a objetivação de tais princípios.
