A PRODUÇÃO DA POBREZA PARA A REPRODUÇÃO DO CAPITAL AGUDIZADA NO CONTEXTO DE CRISE ESTRUTURAL
Abstract
A pobreza, na sociabilidade capitalista e, especificamente, na atual conjuntura político social e sanitária do Brasil, perpassada pela pandemia de COVID-19, apresenta indicadores de um aumento vertiginoso da miséria no país. Desde a década de 1990, a educação passa a assumir o papel de redentora da humanidade, em especial em países da periferia do capital, ficando a cargo da mesma a solução da pobreza mundial. Dessa forma, transfere as reais causas das desigualdades sociais para apenas um único complexo, o educacional. Destarte, o corrente ensaio busca contribuir para o debate acerca da pobreza no Brasil, à luz da ontologia marxiano lukacsiana, com o objetivo de melhor apreender o real. Para tanto, utilizaremos como base teórica os estudos de Engels (1876), Marx (1985), Lukács (1978), Huberman (2013), além de intérpretes valorosos do campo marxistas, tais como: Jimenez; Mendes Segundo (2007), Bizerra (2019). Destaca-se que o atual momento perpassado pelo sistema sociometabólico do capital baseia-se na produção destrutiva, fundamentada em relações de produção desenvolvidas em processos irrefreáveis que agravam a miséria humana. Nesse ponto, a educação não superará a pobreza, pois essa não é sua função precípua e nem uma prioridade do Estado burguês, apesar da necessidade do capitalismo de atribuir a função de mercadoria para a educação como forma de superar suas crises. Ademais, por meio de indicadores sociais como a PNAD Contínua realizada pelo IBGE, compreendemos, a partir do início de sua série histórica em 2012, que a pobreza sempre apresentou índices elevados na sociedade brasileira. Com a pandemia, o número de pessoas abaixo da linha da pobreza atingiu quase 4% entre os anos de 2019 e 2021. Portanto, não será a educação o caminho para a resolução das desigualdades existentes nem um objetivo do capital, pois as contradições são inerentes à sua lógica de reprodução. Com a crise estrutural, foram atingidos todos os limites que o sistema sociometabólico do capital poderia alcançar, não podendo ser ultrapassados, a menos que haja uma transformação radical dos conceitos bases do seu modo de funcionamento.
